Causas do vicio em jogos.

Jogar implica responsabilidades, do jogador, das autoridades e das empresas que atuam no ramo. No Brasil há legislação voltada a esse fim. A Lei n. 3.688/1941 (Art. 50) define jogos de azar. O Decreto n. 9.215/1946 estabelece as regras para apostas. A Lei n. 13.756/2018 permite ao governo cobrar impostos dos sites de apostas.

Bingos foram proibidos pela Lei n. 9.981/2000. O PL n. 186/2014, que tramita no Senado Federal, apresenta um rol de jogos passíveis de exploração. Também tramita na Câmara dos Deputados o PL n. 442/1991, que busca dar segurança à exploração de jogos de azar. É nesse PL que se destina um capítulo (Capítulo IV) para tratar do Jogo Responsável.

Em seu Art. 15 diz que devem ser “promovidas ações preventivas de sensibilização e de informação com elaboração de códigos de conduta e difusão de boas práticas”.

Jogar deveria ser meramente diversão.

Reunir os amigos é sempre vivenciar muitas alegrias e bons momentos. Você já parou para pensar quanto tempo não pratica um jogo, sozinho ou em grupo de amigos? Estudos indicam que os jogos praticados a partir de duas pessoas, como os de cartas, tabuleiro ou videogame, por exemplo, diminuem o risco de problemas mentais e são excelentes aliados contra a depressão.

Comumente, esses jogos exigem um pensamento lógico mais apurado e comunicação contínua entre os participantes. Ao convidar seus amigos para algum jogo, você vai ter uma excelente fonte de combate ao estresse e à ansiedade. Um jogo deve ser sempre encarado como fonte de entretenimento e diversão. Mesmo jogos de azar podem proporcionar esses momentos de diversão com amigo, desde que praticados com responsabilidade.

As empresas brasileiras do ramo de jogos (“on-line” e loterias, especialmente), que tem compromisso com o Jogo Responsável, estão adotando práticas de certificação. Elas vêm adequando seus procedimentos para obter o mais alto grau de certificação internacional em Jogo Responsável, que é Programa de Certificação de Jogo Responsável (Responsible Gaming Framework – RGF) da Associação Mundial de Loterias (World Lottery Association – WLA).

Mas, fique atendo aos sinais de alerta.

Se você está sentindo que pode estar vivenciando um problema com jogos, a primeira coisa que dever fazer é se perguntar se não teria problemas em parar de jogar agora. Caso se senta ansioso ou se não consegue parar de jogar, é bem provável que esteja se viciando no jogo. Todavia, no caso de você não ter clareza sobre o que está vivenciando, procure um psicólogo ou psiquiatra para lhe ajudar nesse diagnóstico.

Embora a compulsão não possa ser diretamente tratada com medicamentos, eles podem ser usados para aliviar a ansiedade e a depressão que o jogo provoca. O mecanismo mais comumente usado para tratar um problema de compulsão por jogo é com a prescrição, por profissional capacitado, de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos. A depressão e ansiedade também são agravantes do vício em jogos. Tratar esses transtornos pode ajudar a quebrar o ciclo e fazer com que o jogador volte a sua vida normal.

O passo a passo para evitar o vício.

Existem alguns sinais que podem indicar quando você está se viciando em algum jogo:

i) o tempo que permanece em frente ao computador;

ii) quando seus gastos estão acima do normal para com jogos de aposta;

iii) não consegue se socializar com amigos e familiares.

Existem algumas medidas que você pode tomar para evitar o vício em jogos:

i) defina os limites de gastos quando você começa a jogar;

ii) nunca aposte quando você está irritado;

iii) aposte somente o dinheiro que você pode pagar;

iv) nunca insistir para que seus amigos jogos apostando com você; e v) evite passar muito tempo jogando. Você pode superar a compulsão em jogos tomando algumas medidas para reduzir o tempo e o dinheiro que dedica a eles. Busque por atividades saudáveis que ajudem a substituir sua compulsão.

Passo 1: jogue apenas quando julgar que é divertido.

Jogue apenas enquanto você estiver se divertindo. A diversão é o que realmente importa em um jogo. Quando começar a perceber que a diversão está sendo substituída por obsessão, já é o momento de deixar de jogar e se afastar por algum tempo do jogo. Dar um tempo, de pelo menos algumas horas ou por alguns dias, é essencial para que você não desenvolva o vício em jogos. O jogo deve ser uma atividade de descontração, de diversão e comunhão familiar. Jamais deixe que essa atividade de descontração se torne na sua vida um momento de pesar e de desespero.

Etapa 2: certifique-se de ver o jogo como entretenimento.

Nunca pense que você vai jogar para ganhar dinheiro e, com isso, para comprar algo que queira muito. Seus problemas financeiros não serão solucionados pela prática de qualquer jogo. Na imensa maioria das vezes é você quem gasta, e muito, com jogos.

Raramente é remunerado por eles. Saiba que um jogo deve ser sempre uma prática de entretenimento. Se dedicar a um jogo deve ser como se dedicar a assistir um filme ou a ler um livro. Sempre considere o jogo da mesma forma que qualquer outro entretenimento, pois essa deve ser uma atividade para lhe proporcionar satisfação e conhecimento. Quando você gasta todo o dinheiro que tem e todo o seu tempo com um jogo, já não é mais satisfação, se torna vício.

Etapa 3: se for jogar, definir um gasto máximo.

Antes de começar a jogar, certifique-se de definir um valor máximo que pode gastar com o jogo. Defina um valor máximo que você pode perder por dia, semana ou mês. Lembre-se: nunca, jamais, ultrapasse esse orçamento definido por você.

Se o dinheiro do orçamento for perdido, não jogue mais. Espere até guardar novamente a quantia que definiu em seu orçamento que possa ser utilizada para esse fim, que é jogar. Defina não somente um orçamento para o jogo, mas, essencialmente, um percentual máximo da sua renda que vá utilizar para esse fim. Especialistas indicam um percentual máximo de 3% de sua renda para gastar com jogos.

Etapa 4: a conta do jogo deve ser diferente.

Após ter definido um valor máximo que pode gastar com o jogo, abra uma nova conta bancária e transfira esse dinheiro para ela. Use essa conta exclusivamente para esse fim, que é manter suas apostas. Nunca jogue com o dinheiro existente em suas outras contas.

E, lembre-se sempre: nunca, jamais, ultrapasse esse orçamento definido por você. Se o dinheiro do orçamento, que está separado numa conta exclusiva para esse fim, for perdido, não jogue mais. Espere até guardar novamente a quantia que definiu em seu orçamento que possa ser utilizada para jogar novamente. Ter uma conta bancária exclusiva para o dinheiro reservado para suas apostas é fundamental. Com essa conta, você evita se endividar ou perder todo o seu dinheiro que deve ser usado para todas as suas despesas pessoais.

Etapa 5: faça muitas pausas.

Certifique-se de fazer várias pausas ao jogar. Não jogue por horas seguidas. Isso pode ser extremamente importante após uma grande vitória ou uma longa sequência de derrotas. As pausas entre as partidas é fundamental para que você possa reestabelecer o controle sobre si mesmo.

Também para que possa perceber o grau de dependência que você está desenvolvendo do jogo. Quanto mais pausas e maior o tempo que você consegue ficar afastado do jogo, menor a dependência que tem dele. Por outro lado, quanto menor o tempo que consegue ficar sem o jogo, maior está sua dependência dele.

Etapa 6: nunca tente recuperar o dinheiro perdido.

Quando você estiver perdendo muito dinheiro num jogo, a coisa mais indicada a fazer é parar de jogar. Nunca continue apostando na tentativa de recuperar esse dinheiro perdido. Apostar com base num sentimento de derrota é tão prejudicial quanto a aposta feita em momentos de vitória.

Tentar recuperar o dinheiro perdido leva, geralmente, a mais perda de dinheiro. É nesse momento que você começa a querer usar muito mais do que o dinheiro que reservou para esse fim. Então, é bem provável que perca, além do dinheiro da conta que criou para os gastos com jogos, também o de suas outras contas bancárias.

Etapa 7: nunca pegue dinheiro emprestado para jogar.

Isso pode parecer óbvio, mas nunca peça dinheiro emprestado para jogar. É preciso entender que, provavelmente, quando você pega dinheiro emprestado é porque não tem controle das próprias finanças. E também que se meteu em alguma furada, pois está precisando de ainda mais dinheiro do que o reservado para jogar.

Essa furada é ter perdido todo o dinheiro que tinha no jogo. É ainda pior quando você pega o dinheiro emprestado com um agiota. Caso você tenha que recorrer a um agiota para pegar empréstimo para se manter jogando é porque você já se encontra num estado bem grave de vício. Nesse caso, você necessita de ajuda profissional para superar essa condição.

Etapa 8: não tenha medo de pedir ajuda.

A etapa final é nunca ter medo de pedir ajuda ao sentir que está perdendo o controle sobre suas atividades de jogo. Existem muitas organizações de ajuda especializadas no vício em jogos. Além disso, amigos e familiares tendem a ser muito úteis e compreensivos. Distinto dos químico-dependentes, o jogador compulsivo não tem alterações no organismo em virtude do vício. Desse modo, não há a necessidade de fazer intervenção medicamentosa.

Exceto naqueles casos em que se diagnostique doenças psicológicas associadas. Uma das principais indicações de tratamento para viciados em jogos é a psicoterapia. Esse acompanhamento psicoterapêutico contribui para identificar e tratar os fatores psicológicos que reforçam a compulsão. Entre esses fatores estão baixa estima, descontrole de impulsos e intolerância à frustração. Os Jogadores Anônimos, que reúne pessoas que se reconhecem jogadores compulsivos e que visam restituírem uma maneira normal de pensar e viver., podem lhe oferecer essa ajuda (jogadoresanonimos.com.br).

O que posso fazer se ficar viciado?

Procure ajuda de um profissional que possa identificar as causas emocionais que geraram a compulsão. Comece se questionando quais são as emoções que o impulsionam a jogar. Ao se fazer essa pergunta, busque encontrar alternativas para aliviar a vontade de jogar e a canalizar esse desejo para outras atividades. Exercícios físicos, meditação, ler, estar em meio à natureza ajudam no tratamento.

Uma das instituições voltadas ao tratamento de jogadores compulsivos é o Grupo Salvando Vidas (gruposalvandovidas.com.br). Há também softwares que bloqueiam jogos no computador. Um dos mais usados é o BetBlocker, uma ferramenta gratuita para ajudá-lo a controlar o seu jogo. Instale-o em quantos dispositivos quiser e você pode bloquear seu acesso a mais de 13.613 sites de jogos de azar. Você pode selecionar por quanto tempo deseja ser bloqueado.

Os jogadores compulsivos podem ter iniciados as suas atividades como uma forma de se distrair, aliviar o estresse e a ansiedade da rotina de trabalho e família. Com o tempo, a vida financeira se prejudica bastante. Muitas vezes a pessoa precisa vender seus bens para pagar suas dívidas ou até para jogar mais. Ao diagnosticar o problema, é necessário então realizar um tratamento especializado.

Através de ferramentas e da ajuda de profissionais devidamente qualificados para que essa mudança de comportamento aconteça e o tratamento seja realizado com sucesso. O Grupo Salvando Vidas oferece tratamento para jogadores compulsivos. Oferece uma equipe de profissionais qualificados, assim como uma estrutura excelente, garantem um ótimo tratamento saudável e seguro.

Jogos, algumas vezes, deixam de ser diversão e tornam-se vício.

O jogo deve ser visto enquanto estratégia de autoaprendizagem. Ele permite seu maior desenvolvimento e estimula sua autoconfiança. Ajuda a consolidar estruturas prévias, necessárias ao estímulo da inteligência. É uma ferramenta que promove o desenvolvimento cognitivo e Social do ser. Os jogos possuem objetivos claros para o desenvolvimento das pessoas.

Eles também permitem às pessoas uma percepção de mundo, por meio da interação que promove com os outros. Jogar é essencial para o desenvolvimento cognitivo das pessoas. Jogos devem ser cotidianamente praticados. Todavia, fique atento para que o jogo não vire vício. Lembre-se que o jogo deve ser sempre responsável.